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O que não me mata

3 de dezembro de 2014 6 comentários Artigo Textos, Visibilidade Trans Leila Dumaresq

Índice

Prefácio
Dores Sintomáticas
Entrando no cistema
Eu e o cistema
Só um nome?
Da luta ao luto
Do luto à luta
Glossário

Dedicado a Leonardo Peçanha, por todo amor e carinho.

Prefácio

Este texto tem três propósitos:

O primeiro é a catarse. Aqui não importa muito se minha dor foi grande ou pequena. Importa apenas que foi singular e minha.

Refletir o momento de dor é catarse pessoal. Publicar a reflexão é esperança de tocar mais alguém que sofre. É a solidariedade entre iguais.

O segundo propósito a gratidão. Neste momento de fragilidade muitas pessoas vieram partilhar sua sabedoria comigo. Muito mais que palavras de otimismo trouxeram experiências, vivências, compaixão, empatia. Eles nunca ensinam conformidade e aceitação, trazem a esperança de possibilidades e buscas. Sem eles eu não seria a mesma pessoa.

O terceiro propósito é a denúncia. Contudo, aqui não responsabilizarei pessoas. Meu propósito é outro, pois quero responsabilizar algo maior que as pessoas. Eu quero responsabilizar um processo.

Responsabilizar cada pessoa envolvida no processo é complexo demais. Eu facilmente cometeria injustiças: Muitas pessoas foram solidárias comigo ao longo do caminho. Passei por empatia e apatia com minha dor, também por simpatia e antipatia pela minha pessoa. Muitas vezes tudo aconteceu simultaneamente. Uma grande confusão de decisões e, principalmente, normas a serem cumpridas.

Então decidi focar-me no que mais me limitou. Naquilo que foi comum a cada nova pessoa com quem interagi. Então não foi difícil chegar a uma conclusão:

O que me limitou, cerceou e agrediu o tempo todo lá dentro foi o processo de atendimento. Ele que justamente está protegido e blindado de “culpa” no trato com as pessoas. Todavia este cistema foi meu maior algoz e torturador. É por isso que quero denunciá-lo e dizer quanta dor ele me causou.

Muita coisa surgirá do processo. Principalmente fatos sociais. Isso também é o que de mais importante eu poderia dizer às pessoas envolvidas nessa história. Quero explicitar com este relato o mal que o processo de atendimento me faz. De tal modo que as pessoas de boa vontade que encontrei encontrem motivos para mudá-lo.

Dores sintomáticas

Um dia eu acordei com uma dor na perna. Achei que era muscular. Dois ou três dias depois a perna inchou. Então fui ao pronto socorro.

No hospital os médicos olharam por vários dias minha perna. Radiografia para os ossos, hemograma para os rins e ultrassom para as veias. No ultrassom das veias as médicas encontraram coágulos. Era definitivo: Desenvolvi trombose.

Foi uma semana difícil para mim, entre os primeiros sintomas e o diagnóstico final. Neste período, fui e voltei ao hospital várias vezes. Tinha uma perna inchada que os médicos não sabiam qual o problema. Passei por muitas atendentes, vários médicos e enfermeiros no hospital. Foi um processo muito desgastante, pois para conhecer e ver tratado o mal em meu corpo físico, tive que suportar o mal que aquele lugar fez ao meu corpo social por vários dias.

Entrando no cistema

Quando pus os pés no hospital fui até uma máquina que imprimiu uma senha. Aguardei e minha senha foi chamada à recepção. Cheguei lá e pediram documentos pessoais e do plano de saúde. Apresentei dizendo que meu nome é Leila, uma vez que Leila não é o nome em meus documentos. A atendente olhou nos meus olhos, não esboçou reação, mas também não foi antipática. Logo ela imprimiu para mim um adesivo escrito meu nome civil e outro escrito “acompanhante”.

Então eu perguntei se não usavam nome social naquele hospital. Ela respondeu “vamos chamá-lo pela senha”. Tenho comigo que forçar a barra também é ativismo, então perguntei como os médicos saberão meu nome. Desta vez só obtive um outro olhar que achei meio apático. Nunca saberei se havia alguma empatia lá ou se era mais uma pessoa que só estava fazendo seu trabalho. Contudo, a empatia que contou neste caso foi a minha por ela.

Eu nutro empatia pelas pessoas que só estão fazendo seu trabalho. Atendentes geralmente não têm autonomia. Devem replicar um protocolo de atendimento do modo mais rápido possível. É um trabalho difícil que nestes tempos de eficiências extremas é também desumanizante. Evidentemente que discuto com estas pessoas caso sejam mal educadas ou transfóbicas. Entretanto, eu somo minha desumanização à da atendente porque não quero dividí-las.

São opressões diferentes, mas somos ambas oprimidas. Não havia condições para ir além com aquilo e levo minha etiqueta com o nome civil. Então colo a etiqueta na altura do abdômen para dificultar a leitura mais ainda. Eu tinha pressa. Afinal, queria saber que há com minha perna também.

Eu e o cistema

E noto que sou a única pessoa com a etiqueta na altura do abdômen. Todas as outras pessoas ostentam suas etiquetas com seus nomes no peito, ao lado do coração. Reparo que a minha ficou mais para o fim do intestino grosso.

E eu sou chamada pela senha. Sala de triagem. Sala do primeiro médico. Sala do segundo médico. Por aí vai. Em cada sala o médico tem meu nome civil no monitor. Eles estranham e muitos pensam que entrei na sala por engano. Todas as vezes tenho que explicar o equívoco mostrado no monitor. As pessoas entendem minha condição, só não entendem que o cistema do hospital não me contempla de modo algum.

Os médicos da clínica, quase todos eles, perguntam porque ainda não mudei de nome. Cada vez que explico, sou mais maquinal: Digo que é mais fácil uma pessoa cisgênera mudar um nome constrangedor que uma transgênera. Que precisamos de muitos mais laudos e comprovações. Além disso, os juízes muitas vezes exigem que a pessoa faça cirurgias que eu não fiz.

Confesso que me espantei com o espanto deles. Parecia que acabaram de formar-se na Argentina e voltaram para clinicar no Brasil.

A mim pareceu que todos os médicos e enfermeiros tentaram me tratar bem. Sim, notei que uns foram bem mais esforçados que outros neste intuito, só fora dos consultórios percebi alguém me atendendo pelo nome social a contragosto, mas ninguém relutou em tratar-me como pedi. Não foi isso que enfrentei.

O problema foi cada um deles ter uma ideia diferente do que seria me tratar bem e com respeito. Essa irregularidade foi irritante e em muitas vezes ofensiva.E se não houve relutância, houve muitas falhas contra a minha identidade de gênero. Concluo que me atingiu mais aqui foi uma mistura de despreparo e desinformação sistemática, ou melhor, cistemática. Já que um sistema no qual não se pode inserir o nome de uma pessoa trans é um cistema.

Também era só uma meia-verdade que me chamariam pela senha. Para os exames fui chamada pelo nome. Mas como bem sabem as pessoas trans, tudo cisplica:

O cistema de senha é somente para o Pronto-Socorro. Mas dividindo a mesma recepção há dois laboratórios. Algo muito conveniente e eficiente, pois os médicos pedem exames que são realizados na hora.

E a cada cada exame eu tive que pedir para ser chamada por Leila. Pedir não, exigir. Neste caso a tensão foi maior, pois gritarão meu nome na recepção.

Novamente, as atendentes não se recusam, pelo contrário, esforçam-se para compensar o problema no cistema. Contudo, são humanas e fui chamada uma vez em três pelo nome da etiqueta em mim colada. Cada pessoa trans tem seu jeito de lidar com a situação. Eu levantei tão ereta e caminhei tão segura quanto minha perna permitia. Fui com um olhar sério e fixo até a enfermeira que chamou. Ela estava constrangida.

Falei que pedi para me chamarem pelo nome social e a pobre atendente chegou toda preocupada pedindo desculpas. Olhei para ela, vi que estava preocupada com “seu” erro, lembrei-me das outras atendentes e de seu papel naquela máquina horrorosa.

É triste a consciência de quem vê o cistema agir. Eu estava num hospital assombrado pelo cistema. Nada sobrenatural, mas comporta-se como um fantasma: Influenciando e iludindo pessoas; causando situações. As pessoas ao redor nem notam, mas quem ele assombra sofre. Eu não queria me desgastar com aquelas pessoas, mas cuidar da minha perna. O cistema que não me deixava em paz.

Só um nome?

O que é o nome num sistema hospitalar? Não é apenas a identificação de uma pessoa: Números até que nos identificam bem. Desde criança somos treinados a receber um número em nossa turma, sermos chamados, indexados e organizados por ele. Qualquer sistema de senha não é diferente. Entretanto, os nomes não são apenas um índice:

Chamar-nos pelo nome é o começo de um reconhecimento. Nossos nomes são pequenos resumos de nossa história para nós. Quando falam nosso nome, respondemos “sou eu”. Quando falamos nosso nome, dizemos “sou eu mesma”. Sentimo-nos reconhecidos quando chamam nosso nome.

Eu sei que profissionais de saúde só decoram o nome de alguns pacientes. Não há nada de errado em olhar os prontuários a cada novo encontro. E todos estes profissionais sabem que acalenta ser chamado pelo nome sem ele ser perguntado.

Vejo que profissionais de saúde e atendentes sabem disso, ou intuem, porque tentam contornar o problema. (Pelo menos a grande maioria.) De tal modo que os erros causados pelo cistema escondem-se entre de gafes, enganos ou dificuldades pessoais comigo.

Quando consegui falar com alguma pessoa com poder de decisão ela foi inflexível como o cistema. Esta estava realmente possuída pela assombração e o defendia a todo custo: Essa chefe de recepção disse que escreveria uma etiqueta à mão para mim, mas não imprimiria uma. Como eu já estava prática em colar a etiqueta onde fosse vista sem ser lida, concluí que era melhor que ter uma que parecesse como a de todos. Seria menos chamativa.

Estar doente em um bom hospital, negociando o uso do meu nome, é um tanto quanto complicado. Vontade de dar as costas e ir embora eu tinha, mas e a perna?

Eu tenho obrigado as pessoas e as organizações a cisplicarem, o que joga alguma luz sobre meus problemas no hospital:

Os funcionários do hospital dizem que têm que registrar o nome como o plano de saúde. Por sua vez, o plano de saúde diz que meu nome tem que ser o mesmo do CPF, como o governo federal regulamentou. E o cistema do hospital não tem lugar para nenhuma notação que informe minha condição a todos que precisam.

Então de que adianta o reconhecimento do nome social se sua aplicação é falha? Ah sim, as falhas serão culpa das atendentes, me dirão aqueles que gerenciam essas máquinas. Justo delas que improvisam com clips e papel de rascunho meu pedido de nome? Elas que se viram para cumprir o que a incrível máquina de eficiência hospitalar se recusa a fazer?

Recuso-me a culpar as atendentes. O processo de atendimento no hospital reproduz o privilégio cisgênero que emana da burocracia federal. Propaga-se pelo mínimo esforço das empresas privadas, estas que desejam atender apenas clientes padrão, pois é mais barato. E no final retorna para o próprio hospital. Fazem joguetes com minha dignidade. Então, eu exigir respeito torna-se tão fácil quanto agarrar um fantasma com as mãos.

E por que é tão difícil ver esta estrutura funcionando? Por que as pessoas ficam como perdidas justificando estes problemas ao invés de reconhecê-los e solucioná-los? De onde vem a invisibilidade da assombração?

Não é difícil explicar: Está escrito em cada documento de identidade de cada pessoa cisgênera. Seus nomes as representam adequadamente. Sua autoidentificação está garantida nestes cistemas. Acima de tudo, as pessoas têm nomes que quando chamados elas se reconhecem neles. Acima de tudo, elas não são obrigadas a implorar pelo reconhecimento de sua identidade a cada passo de um processo.

E o resultado de tudo isso é que as pessoas têm nomes, eu tenho um índice inconveniente. Um índice que dificulta o tratamento das pessoas por mim, que produz erros e problemas. E existe uma regra cruel que exige que este índice seja propagado por todo um sistema de dados.

Dizem que estão comigo, mas me obrigam a implorar para que eu seja exposta à arbitrariedades e ao azar. À isto, a alternativa é me tratarem como um índice inconveniente mesmo. E podem ter certeza, as pessoas não verão nada de errado se eu não reclamar. Pelo contrário: Dirão que sou um indivíduo bem compreensivo.

Definitivamente, esta palavra escrita em meus documentos não é meu nome. Seria o nome que tive um dia, não fosse feito dele uma ferida em meu corpo social. É uma chaga que dói cada vez insistem neste capricho identificatório.

Eu não tenho nome, mas um estigma. E chamá-lo de nome não me torna igual às pessoas cisgêneras.

Meu nome é Leila e meu gênero é feminino. Isto é o mínimo que qualquer pessoa precisa demonstrar em conversa comigo para que eu me sinta respeitada.

Da luta ao luto

Passei por tudo isso e eu tinha uma perna inchada, doente. Evidente que estava com medo de trombose.

Eu lutei tanto para começar e manter minha terapia hormonal. Ela foi tão fundamental e empoderadora. Foi um marco num caminho de lutas por minha vida contra tudo e todos. Jamais esquecerei minha segunda puberdade, mais marcante e esperada que a primeira.

Uma trombose neste terceiro ano de terapia hormonal foi um tremendo “não” da vida para mim. Desses aos quais todos os seres humanos estão sujeitos, é verdade.

Todavia, o momento do qual o médico disse para interromper minhas medicações poderia ser diferente. Poderia, pelo menos, receber a ordem de interromper a terapia hormonal de alguém que não falasse como se fosse uma mera vaidade. Poderia, pelo menos, receber esta ordem não sendo tratada no masculino, como foi. E por mais que até então eu tenha conseguido passar sem me abater demais até aqui, naquele instante foi demais.

Eu desabei; nunca naquele lugar; nunca onde fui agredida. Saí do hospital visivelmente abalada, mas só na volta para casa chorei.

Finalmente doeu demais.

Do luto à luta

O estresse, a má notícia, as dores físicas, sociais e emocionais me derrubaram. Por algum tempo fiquei sem rumo. Então pedi ajuda.

Vieram muitas pessoas prestar apoio e solidariedade. Cada um com um dom e sua própria empatia. A rede social é muito importante: A rede maior — das mais diferentes pessoas com as quais estabelecemos elos de carinho e empatia — completa a rede das pessoas com as quais nos irmanamos na mesma dor e no mesmo estigma. Cada uma traz formas complementares de conforto e esperança.

Percebi — pois me mostraram — que a vida continuará e me acalmei. Mais calma, percebi que minha mágoa do cistema não era maior nem menor; só me encontrou vulnerável.

Então parei para apreciar todo o carinho e o afeto que me cercam. As lutas que me trouxeram até aqui foram muito mais que enfrentar preconceitos ou mudar paradigmas físicos e sociais. Encontrei pessoas maravilhosas que me empoderaram mostrando como lutar, ter coragem e resistir.

Do caminho vieram novos conhecimentos. Veio uma sabedoria viva, de onde quer que se esteja resistindo e lutando. Veio uma nova consciência do que é compaixão, amor, solidariedade e empatia. Vieram pessoas mais amorosas, comprometidas e guerreiras.

O que esta doença pode levar é muito pouco perto de tudo o que este caminho me trouxe. E se ela me sensibilizou para tudo isso, a luta para recuperar-me já está valendo.

Então me vejo num quarto seguro e limpo. A família está pela casa. As contas serão pagas, principalmente a inesperada conta dos remédios. Há um computador na minha frente para digitar estas anotações.

Sou uma pessoa privilegiada também. Penso em tudo o que poderia me faltar e acho muito, porque acho muito o que falta à tantas e tantas pessoas neste país e no mundo.

De todo modo, a vida quem me disse “não”. Não é cruel, nem benevolente, nem importam meus estigmas e privilégios neste caso. A vida continua e ela tem seus encantos apesar de tudo.

E eu melhorarei mais consciente, mais grata, mais indignada e mais desejosa de mudanças na sociedade. Também mais disposta à cultivar compaixão, empatia, gratidão e paciência em minha vida. O que não me matou, se não me matar ainda, desta vez já me deixou mais forte.

Estou triste, mas não estou infeliz. Estou abatida, mas tenho esperança e gratidão.

Estou mais ligada a tudo e a todos. Sofro sabendo que é um direito e luto sabendo que há vida.

Glossário

  • cisgênero (adj.): Designa a pessoa que não é transgênera.
  • cistema (sub.): Conjunto de normas, regras, procedimentos e costumes que quando aplicados igualmente à todas as pessoas, diferenciam pessoas transgêneras de cisgêneras, humilhando, discriminando e negando direitos às pessoas transgêneras.
  • cisplicar (v.t.d.): Quando pessoas cisgêneras se explicam tentando justificar a necessidade do cistema prejudicar pessoas transgêneras.
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6 comentários

  • Ivone Correia dos Santos 4 de dezembro de 2014 em 10:01 - Responder

    Olá! Leila.
    Devo dizer, que sua narrativa está sensacional, ela nos mentaliza e nos transporta à experiência que voçê vivenciou. Mas ao mesmo tempo, devo pedir que desculpe essas pessoas que procuraram ser éticas, no que diz respeito ao seu direito do uso do nome social, o sistema médico em sua natureza é biologisista, e assim, com certeza não foram orientados a qualquer tratamento digno à pessoa trans. Como já é de conhecimento do movimento trans, o uso do nome social somente se estende obrigatoriamente no “cistema” da rede pública do Estado do RJ e da Federação. As redes de serviços particulares não estão cientes desse direito social nosso, talvez este, seja o momento de exigir, frente as esferas governamentais, o direito ao uso do nome social pela pessoa trans em todos os “cistemas” privatistas do Estado e Federação. Até que isso se concretize, lhe desejo muita boa vontade e perseverância e paciência no seu próximo atendimento.

    • Leila Dumaresq
      Leila Dumaresq 5 de dezembro de 2014 em 18:41 - Responder

      Olá Ivone,

      Tolerar é uma palavra mais correta no caso da ignorância e despreparo. Encontrei gente boa e ainda que tenha sofrido eu as reconheci. Mas desculpar mesmo é só quando fizerem justiça para as pessoas trans. Por enquanto eu tolero alguns equívocos das pessoas cisgêneras quando vejo que estão procurando me ajudar com sinceridade.

      É preciso educar as pessoas cisgêneras urgentemente, pois existem muitas pessoas trans mais vulneráveis do que eu, com menos apoio e menos ajuda para superar este episódio. Um tratamento humano pode ser a diferença entre a vida e a morte. Então, tudo o que for nocivo assim eu não posso desculpar. Vamos cobrar das pessoas cisgêneras e dos responsáveis pelos sistemas de saúde um atendimento melhor para nós.

      Muito obrigada pelo carinho, Ivone, nós precisamos.

      Beijos,

  • Renato da Rocha Leão Crivelli Nunes da Silva 4 de dezembro de 2014 em 12:04 - Responder

    Oi Irmã,

    Quando eu vi os posts de você precisando ir ao hospital, eu fiquei tranquilo pois você estava se cuidando. Mas a notícia que você estava com trombose e que isso ia impedir seu tratamento hormonal, me deixou desnorteado.
    Você me contou sua história, eu conheço sua dor e sua luta, me admiro com a sua força, empenho e dedicação, me orgulho de te conhecer e te-la como amiga, melhor ainda, irmã. Então, quando veio esse problema, eu pensei: PQP, tinha que ser com ela?
    Eu não sabia o que falar para você, eu não tinha palavras para aliviar sua dor e o fato do necessário se tornar urgente na minha cabeça, acabou me afastando do imprescindível. Hoje eu leio o seu texto sobre o episódio.
    Me vieram lágrimas aos olhos, não basta ter um problema, ainda tem que ser maltratada e interromper algo tão importante na sua vida que é o tratamento hormonal.
    Contudo, no seu texto, e revendo os eventos recentes da sua vida, percebo que você está bem apoiada, coberta de amor e carinho. Isso me deixa mais aliviado, do mesmo jeito que você também estou triste com a sua condição, mas tranquilo com a energia amorosa a seu redor, principalmente do Leonardo.
    Dentro da minha visão espiritual acredito em missões que cada pessoa tem que cumprir neste mundo, e esse novo evento na sua vida e a postura que você tomou diante dele, só me mostra que essa árdua e dolorosa tarefa é pequena em comparação a sua força e sua grandeza de caráter.
    Lamento somente não conseguir estar ao seu lado fisicamente, mas acredite que estou enviando energia para sua melhora e espero que o seu tratamento resolva da melhor forma possível.

    Beijos,

    • Leila Dumaresq
      Leila Dumaresq 5 de dezembro de 2014 em 18:20 - Responder

      Ah, Renato, meu irmão!

      Obrigada pelo carinho, beijos.

  • Paula 16 de dezembro de 2014 em 18:05 - Responder

    Oi, Leila!

    Primeiro, quero deixar meu amor por você aqui. Sinto muito pelo jeito que você foi tratada, e imagino o quão doloroso não é pra você.
    Segundo, gostaria de saber se você já está melhor. Eu fiquei preocupade quando li, pois sei que trombose doi muuuuuuuuuuuito.
    E terceiro, queria saber se você tem algum texto sobre pessoas trans não-binárias.
    Obrigade pela atenção!

    • Leila Dumaresq
      Leila Dumaresq 18 de dezembro de 2014 em 19:02 - Responder

      Olá Paula,

      Obrigada pelo amor! É muito importante! Agora eu estou bem, o tratamento já acabou com os sintomas (dor e inchaço).

      Não escrevi ainda sobre não-binaridade trans. Me fascina a questão de inserir o gênero neutro na língua portuguesa e gosto muito do ‘e’ como você está usando, inclusive na fala.

      Obrigada pelo carinho!

      Beijos!

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