A palavra ‘cisgênero’ é um tanto quanto disputada: Tão usada; tão defendida; tão atacada; tão pouco entendida. Antes de ser polêmica, a palavra é pouco consensual. Característica que não seria defeito, mas é quando há tantos detratores querendo aniquilá-la enquanto conceito.
Uma pena.
Porque assim como as pessoas transgêneras, este conceito tem muito o que acrescentar. E ambos — pessoas e conceitos trans — sofrem do descompasso entre a pressa definitória contemporânea e o lento processo de autoafirmação social.
Ao longo deste texto farei minha defesa da palavra ‘cisgênero’.
A origem do termo ‘cis’ é um tanto quanto incerta, mas sabe-se que a palavra é usada pela comunidade trans desde a década de 90. De fato, até hoje as pessoas trans encontram bastante utilidade na terminologia ‘cis-‘. Formamos uma comunidade multilingue que sustenta a palavra e seu sentido.
A simpatia dos acadêmicos que adotaram o termo também é muito bem vinda. E, uma vez que o uso acadêmico cristaliza-se mas publicações, as definições encontradas nestes textos delineiam um conceito de cisgeneridade para a academia. E claro, com isso, surge a inevitável coceira para criticar ou refutar.
Contudo, o termo não é propriedade exclusiva de seus usuários acadêmicos uma vez que o sentido delimitado pelas definições acadêmicas não é o único. É preciso tomar cuidado com palavras muito vívidas politicamente. É necessário cuidar de conhecer os sentidos e usos do termo. Também é necessário sempre evidenciar o recorte do conceito ao qual dirige-se a crítica. O preço de não reconhecer o recorte é muito alto: Reduzir vivências a conceitos, anulá-las discursivamente e silenciá-las politicamente.
Como apontou Beatriz Pagliarini Bagagli em seu comentário na rede social, não se pode negar uma palavra e seu sentido enquanto fato linguístico. É impossível refutar um fato linguístico. Ele só pode ser compreendido, analisado e registrado. Sobre ele podem ser feitas hipóteses, teorias e — quando se tem acesso à falantes — experimentos. Mas não se pode, simplesmente, refutar tal fato com argumentos teóricos porque, embora possa ser conceituado, ele não é um conceito.
Sei que neste ponto os acadêmicos insistirão em seu papel de críticos da sociedade. Ninguém pode estar acima da crítica social, ninguém pode ter este privilégio. Peço desculpas por não conseguir conter o sarcasmo antes de concordar. Mas, com todo o respeito, esta é a mesma justificativa dada por humoristas questionados de suas piadas preconceituosas.
Agora voltemos à crítica, que é nosso foco. Aceito que a crítica dos doutos é importante. Quem dera a crítica dos excluídos tivesse uma fração do peso daquelas proferidas pelos doutos. Todavia, aos doutos cabe criticar e, parece, aos excluídos receber críticas.
Então recebo-as, mas recuso-me a defender este ‘cisgênero’ que vocês atacam. Eu quero que vejam, e compreendam de uma vez, o que é ‘cisgênero’ nas bocas e nas falas das pessoas trans. Vamos ver que sentido eu consigo atribuir à cisgeneridade e se suas críticas ainda resistem depois.
Usarei o método de Wittgenstein e procurarei pelos jogos de linguagem dos quais a palavra participa. Tomarei os usos em discursos de notáveis pessoas transgêneras envolvidas no debate sobre gênero.
A definição mais antiga de ‘cisgênero’ que encontrei é esta:
“Uma vez que definimos gênero como “as características comportamentais, culturais ou psicológicas associadas à um sexo, cisgênero literalmente significa: estar do mesmo lado das características comportamentais, culturais ou psicológicas associadas à um sexo.
Simplificando, significa que a identidade e apresentação de alguém é compatível com sua morfologia física.”
— Donna Lynn Matthews — Definitions — Maio de 1999
Consderando que o site data o surgimento do termo em 1995, essa definição logo fará 16 anos. Além disso, em 2015 a palavra ‘cisgênero’ fará 20 anos!
Esta é uma definição de cisgeneridade é uma boa representante do discurso transgênero duas décadas atrás. Ela fala de ‘comportamento’, ‘identidade’, ‘apresentação’ e ‘morfologia física’. A pergunta que cabe é por que ela está usando justamente este jargão?
A história da transgeneridade pelo século XX tem duas fortes marcas: É o século onde as pessoas trans impuseram-se como grupo social e político; E também é o século marcado pela patologização e um crescente interesse médico em nós. As marcas deste conflito aparecem na exigência de laudos e procedimentos médicos para termos a existência civil e jurídica reconhecida. Procedimento que é parecido na maior parte do mundo, salvo algumas vitórias trans locais, como na Argentina. E o que isso tudo tem a ver com a definição de Donna?
Naquele momento ainda fazia sentido usar o jargão biomédico que trouxe alguma aceitação social e que definia o trans para definir o cis. Ingenuamente, as pessoas trans quiseram expressar alteridade nos mesmos termos usados para nos descrever. Logo ficou evidente que isso não era possível e que o jogo biomédico não foi feito para permitir a expressão trans. Sobre isso, creio que meu texto, Ensaio de Epistemologia Transgênera, trata bem.
Com o tempo veio a consciência da impossibilidade de construir uma alteridade através dos discursos cisgêneros que definiam a transgeneridade, evolução que está marcada nesta outra tentativa posterior, feita por Julia Serano:
“Como alguém que foi designada masculina ao nascer, mas que vive e identifica-se como feminina, eu devo ser descrita como uma mulher transexual, mulher transgênera ou mulher trans. Aquelas mulheres que (diferentes de mim) foram designadas femininas ao nascer, devem ser descritas como mulheres cissexuais, mulheres cisgêneras ou mulheres cis.”
— Julia Serano — FAQ on cissexual, cisgender, and cis privilege — Agosto de 2011
As mudanças de termos já evidenciam o afastamento do discurso biomédico. A corporeidade deixou totalmente de ser o foco e a identificação social passou ao centro da definição.
Doze anos depois da definição de Donna, o movimento estava em plena campanha pela despatologização das condições trans. Neste momento lutamos por autonomia civil e igualdade jurídica. Já não interessa mais definir cisgênero e transgênero como categorias estanques e materiais. A prioridade é apontar e nomear a alteridade. O que mostra que o fundamental para o sentido do termo, não é seu caráter definitório, mas nomear um interlocutor, um lugar de fala para o qual se fala. Esta intenção é declarada por Júlia quando cita o argumento que lhe convenceu a adotar os termos ‘cis-‘. E neste argumento está a próxima definição que usarei, escrita por Emi Koyama:
“Eu aprendi as palavras “cissexual”, “cissexista e “cisgênero” de ativistas trans querendo virar a mesa e definir palavras que descrevessem não-transexuais e não-transgêneros ao invés de de sempre serem definidas e descritas por eles. Ao usar o termo “cissexual” e “cisgênero” elas descentralizaram o grupo dominante, expondo-o apenas como uma alternativa ao invés de serem a norma através da qual as pessoas trans são definidas. Eu não espero que a palavra torne-se de uso comum em breve, mas eu sinto que é um conceito interessante – um conceito feminista, de fato – e é por isso que estou usando ele.”
— Emi Koyama — Cissexual/Cisgender — Junho de 2002
Vê-se nesta definição, mais próxima no tempo de Donna que de Julia, a declaração da intenção trans ao nomear uma alteridade para si. Antes de ser um desejo de categorização, é o desejo de transformar em interlocutor um outro até então inacessível.
Emi disse tudo: Como podemos falar a um outro que nos vê como uma imitação, ou pior, uma falsificação? De fato, quando se é “a norma”, nós só podemos ser os desvios. E ainda que se reconheça nossa natureza humana ela ainda é essencialmente desviante. De tal modo que nunca nos cabe falar de nós, de nosso gênero ou de nossa vivência. Não existe modo de expressarmos algo autêntico.
A nós, trans, o ideal proposto é vagar pelo mundo como sombras de pessoas cis, nunca deixando que nos percebam enquanto trans, pois se ousarmos falar de nós enquanto trans, do que nos torna trans, Tornamo-nos as loucas de sempre, nossas falas não fazem tanto sentido quanto as suas, pois nossos conceitos trans são os conceitos de alguém que “não é”… Não é o que, mesmo?
Não vamos mais nos enganar: O que nos resta quando se apaga o cisgênero é não sermos normais.
Este é o resumo de uma tentativa de diálogo que já dura vinte anos. Ele culmina nas definições de cisgênero que agora mostrarei. São definições que ainda respeitam o mesmo desejo trans, mas agora colocam-se mais incisivas e menos negociadas. Cansamos de jogar por suas regras, todas elas falharam conosco quando acreditamos que havia alguma simetria de fala. O discurso sobre nós não é um diálogo, mas uma imposição contra a qual não temos o direito de objetar a menos que nos rebelemos.
É este amadurecimento que encontramos na definição de Viviane Vergueiro dada em entrevista recente:
“Cisgêneridade eu entendo como um conceito analítico que eu posso utilizar assim como se usa heterossexualidade para as orientações sexuais, ou como branquitude para questões raciais. Penso a cisgêneridade como um posicionamento, uma perspectiva subjetiva que é tida como natural, como essencial, como padrão. A nomeação desse padrão, desses gêneros vistos como naturais, cisgêneros,pode significar uma virada descolonial no pensamento sobre identidades de gênero, ou seja,nomear cisgêneridade ou nomear homens-cis, mulheres-cis em oposição a outros termos usados anteriomente como mulher biológica, homem de verdade, homem normal, homem nascido homem, mulher nascida mulher, etc. Ou seja, esse uso do termo cisgêneridade, cis, pode permitir que a gente olhe de outra forma, que a gente desloque esse posição naturalizada da sua hierarquia superiorizada, hierarquia posta nesse patamar superior em relação com as identidades Trans, por exemplo.”
— Viviane Vergueiro — Colonialidade e Cis-normatividade: Conversando com Viviane Vergueiro — Dezembro de 2014
Definição esta que é consoante com a de Hailey Kaas no blog Transfeminismo:
“Como eu disse mais acima, ser cis é uma condição principalmente política (mas não só). A pessoa que é percebida como cis e mantém status cis em documentos oficiais não é passível de análise patologizante e nem precisa ter seu gênero legitimado. Ora, homens são homens, mulheres são mulheres e trans* são trans* correto? Não. Historicamente a ciência criou as identidades trans* (e por isso já nasceram marginalizadas), mas não criou nenhum termo para as identidades consideradas “naturais”. É por isso que a adoção do termo cis denuncia esse pseudo status natural. Nomear cis é o mesmo processo político de nomear trans*: aponta e especifica uma experiência e possibilita sua análise critica. Nas produções acadêmicas contemporâneas, tanto das ciências médicas quanto das sociais, a identidade trans* é colocada sempre sob análise, tornando-se, compulsoriamente, objeto de critica. Ao nomearmos xs “normais” possibilitamos o mesmo, e colocamos a categoria cis sob análise, problematizando-a. Buscamos o efeito político de elevar o status de pessoas cis ao mesmo das pessoas trans*: se pessoas trans* são anormais e doentes mentais, pessoas cis também o são, suas identidades também não são “reais”; se pessoas cis são normais e suas identidades naturais, pessoas trans* também são normais e suas identidades tão reais quanto.“
— Hailey Kaas — O que é cissexismo? — Algum momento entre 2011 e 2013
Creio ser evidente o espírito de Emi, declarado em 2002, nas falas de Viviane e Hailey já em plena década de 10. Como vemos em Julia, pode-se ainda nomear o indivíduo cis como o não-trans através do jogo definitório que se queira. Porém, não é o jogo linguístico de definir que é fundamental para o termo. O núcleo duro da terminlogia ‘cis-‘ é o apontamento de uma nova interlocução absolutamente necessária para que haja diálogo. É, portanto, a denúncia de uma imposição de fala sobre nosso grupo. (A quem interessar aprofundar-se recomendo os ótimos textos de Beatriz Pagliarini Bagagli, Foraclusão do nome cisgênero e a política do significante e Sobre a dificuldade de dizermos “nós”.)
Esta é a explicação de como e porquê o termo cisgênero consegue vestir as mais diferentes roupagens definitórias sem perder seu sentido histórico e semântico para as pessoas trans.
A própria história aqui contada, a história da demanda não atendida por cisgeneridade também é evidência e marca do que chamamos opressão contra as pessoas trans: Está mostrado que há barreiras imensas para que as pessoas cisgêneras identifiquem-se com as trans a ponto de ouví-las. Justamente quando falamos de gênero e corporeidade parece que nossa autonomia e autoridade sobre nossas próprias vivências desaparece. Por que não temos legitimidade?
Agora que satisfiz os exigentes paladares acadêmicos, que neste ponto devem estar ávidos por uma tréplica apontando toda a minha displicência, indisciplina, falta de técnica e método. Digo que reconheço minha falta de prática com as ciências, mas que também não estava interessada em servir-lhes um artigo acadêmico.
Porque, embora tenha aceito o desafio de dar-lhes algum entendimento melhor sobre o termo cisgênero, eu desconfio de todo pensamento que pega uma palavra ‘cisgênero’ e a destrincha no abatedouro analítico, usando o afiado cutelo do método e então lhe confere um baixo preço no açougue do crivo acadêmico. Quis usar outro método, um que mostrasse a palavra viva.
A palavra ‘cisgênero’ estática, dos rebuscados textos acadêmicos, parece a mim uma versão gourmet, assinada por um chef de um prato que nós, pessoas trans, preparamos em nossa quebrada — nosso gueto intelectual. Parece o que fazemos, mas é uma releitura mais cara e menos autêntica. O preço é compreensível, afinal, acadêmicos especialistas em gênero são pagos para produzir academicamente, enquanto nós, ativistas, escrevemos de graça.
E estamos escrevendo para demandar que nossos corpos sociopolíticos deixem de ser apêndices dos corpos cisgêneros nos discursos médicos, jurídicos, sociais e antropológicos. Para tanto, precisamos dar um nome para quem está diante de nós e não está sob o ataque que agora estamos. Temos que nomear a norma sem reconhecê-la como tal. É um processo difícil, mas fundamental para que possamos falar do que nos oprime especificamente.
Este processo também invade o discuso sobre gênero, seja ele abolicionista, reformista ou até conformista. Não importa. Não podemos esperar por utopias futuras nem queremos mais suportar a distopia presente sem mudá-la. Sempre podemos discutir ideologias e teorias de gênero com calma, mas só o faremos enquanto interlocutoras; E a calma, a teremos na medida das nossas urgências políticas.
Agora, cabe então explicar como se dá essa colonização e restrição toda nos discursos acadêmicos. Como se dá esta visão de vocês sobre nós:
Não compreender a outridade cis/trans é ignorar diversas equivalências indevidas. Em discursos acadêmicos, os indivíduos trans podem ser objetos ou interlocutores. Ao não fazer esta distinção, o cisgênero pode facilmente transformar qualquer proposta, demanda ou crítica trans em objeto de análise. Isto está bem apontado no trecho de texto da Hailey Kaas citado anteriormente. A pessoa trans é colonizada ao nunca ter um papel autêntico de proponente e problematizadora de questões. E isto, embora possa ter contornos de discordância e crítica, ainda é objetificar uma pessoa.
Outra falsa equivalência já foi apontada anteriormente: É negar a diferença entre discurso enquanto fato sociolinguístico e enquanto tese. Faz vinte anos que as pessoas trans estão sugerindo uma interlocução equânime, apontando dificuldade em conseguí-la, e o melhor que as pessoas cisgêneras conseguem fazer é considerar esta proposta uma tese e refutá-la? E ainda por cima só consultando suas próprias ideias sobre gênero, sem ao menos conversar conosco? Temos mesmo um problema muito sério de comunicação aqui.
Quando o pesquisador ultrapassa os limites válidos do seu método e do seu discurso, cometendo erros conceituais como estas falsas equivalências que citei, ele pode chegar, e geralmente chega, a conclusões falsas. Também, uma vez que a ciência é método, quando estes erros conceituais são defendidos sistematicamente, eles tornam-se parte do método e então estamos diante de um projeto de pesquisa pseudocientífico.
Quero deixar aqui uma mensagem mais positiva a respeito da cisgeneridade. Esta é uma gentileza de coração:
Reconhecer a cisgeneridade significa, sim, o reconhecimento das assimetrias, dos lugares de fala desiguais, das diferenças. E significa também ouvir as pessoas trans. Saber que estamos passando por dificuldades que as pessoas cisgêneras não passam. Que sofremos de exclusão, ignorância, ódio e violência.
Contudo, para além destas denúncias que precisamos fazer para viver, também oferecemos nosso olhar sobre vocês e nossa vivência do corpo nesta sociedade tão restritiva.
Quando eu chamo uma pessoa de cisgênera, estou dizendo que não a genitalizo: Se vejo uma mulher, não vejo necessariamente uma vagina, se vejo um homem, não vejo necessariamente um pênis. Não vejo também as pessoas necessariamente com uma função e um papel sexual a exercer. E nesta não-necessidade cabem função-nenhuma e papel-nenhum.
Quando digo que uma pessoa é cisgênera, estou dizendo que ela tem liberdade para autodeterminar-se. Eu reconheço esta autodeterminação como um direito humano, um que está tolhido. A liberação e emancipação trans não começa e termina nas pessoas trans. Ela busca uma sociedade que promova a vida em todas as suas manifestações.
E a quem queira refletir mais um pouco, que pense nas alternativas: pense no mundo sem cisgênero e na terrível normalidade compulsória por trás da ausência de um nome. Há muito mais que opressão por trás dos termos cis. Eles são a chave para a partilha e a expansão de nossas vivências na alteridade.
Os links desta página foram verificados em 15/DEZ/2014
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Leila, obrigada pelo belo texto! Uma excelente reflexão para os grandes teóricos queer que se propõem a “estranhar” o conhecimento mas não conseguem sequer subverter a epistemologia seletiva das torres de marfim e dar voz àquelas pessoas sobre quem recai diretamente o impacto das teorias produzidas.
olá, tudo bem? você publicou esse texto em algum periódico?
Olá Lucas.
Tudo bem!
Este texto só foi publicado neste blog.
Texto interessantíssimo que nos leva a pensar na dualidade (ou pluralidade) dos fatos e na criação e transformação do termo “Cisgenero”. Marginalizar os gêneros tidos como “anormais” na sociedade, só afasta as pessoas de sua liberdade para se determinarem da forma como querem. Mesmo as pessoas que se identificam com seus gêneros de nascença, são inconscientemente talhadas para serem o que uma sociedade colonial determina para elas, sem liberdade de expressão e incentivadas a marginalizar aquilo que nao entendem.
Leila, estou organizando uma fala sobre o direito a orientação sexual de crianças e adolescente para a próxima quinta-feira (08/06/2017). Vou citar o teu texto. Penso que você poderia tentar publicá-lo em alguma revista científica. Estou a pensar que a cisneneridade, enquanto uma construção social, a semelhança da transgeneridade, é múltipla e escapa aos enquadres que a “ciência” tenta impor a existência. Que bom que o seja.
Olá,
Me faz feliz ver os textos mantidos neste blog servindo para produzir conhecimento.
Os trabalhos de editoração e revisão por pares dos periódicos científicos são fundamentais, mas são lentos. Este texto mesmo foi resposta a um outro artigo de blog escrito por acadêmicos. A publicação pela internet hoje faz um papel que já foi exclusivo dos jornais desde o século XIX. Este texto em particular tem uma forma mais acadêmica mesmo porque quis provocar os acadêmicos que se metem a julgar o que estão dizendo as pessoas trans de si mesmas sem antes fazerem seu trabalho de pesquisa.
Estes são artigos meus sobre questões trans publicados em revistas:
http://portalseer.ufba.br/index.php/revistaperiodicus/article/view/17180/11337
http://portalseer.ufba.br/index.php/revistaperiodicus/article/view/17180