Agosto é o mês do cachorro louco. Dizem que é agourento. Dois dias meus caíram na mesma semana. Coincidência ou não, gostei das contiguidades.
Este dia 13 foi dia dos canhotos e ninguém me deu parabéns. Tudo bem que ser canhota sempre foi algo mais peculiar que agourento em minha vida. Minha mãe ser canhota ajudou bastante. Muita coisa eu faço desde criança e nem me dou conta que é uma adaptação.
O dia 13 passou em branco e hoje já é dia 16: É dia dos filósofos! Para quem não sabe ainda, sou filósofa. Só para não perder o hábito dos clichês, começo dizendo que filosofar no Brasil é difícil, OK? É necessário mais esforço que para ser ambidextra com o mouse; É mais difícil que usar abridor de lata com a mão esquerda; E dói mais que usar tesoura ergonômica para dextros.
Tá aí: Ser filósofa, para mim, é como ser canhota das ideias: A maior parte dos conceitos prontos eu preciso adaptar para meu pensamento. Algumas vezes sou como Tales de Mileto, que caminhava filosofando e acabou caindo num buraco. Noutras eu sou legal. No final das contas é uma vocação bacana.
Filósofos algumas vezes são corvos da tempestade: Os bons entre nós têm sempre um problema para cada solução. O que nos torna impopulares com pessoas cuja heurística consiste em vista grossa ou vassoura e tapete.
De todo modo, esta semana lembrei-me que estou em paz com meus agouros. Todos eles. E isto é muito bom.
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