Visitantes? A tecnologia diz que tenho. Leitores? Suponho que sim. Comentaristas? Apenas um até agora. E que sorte a minha publicar na cruel rede de informação e esbarrar justo com um comentador sensível e construtivo. Este grande amigo disse-me apenas isto:
– Leila, você é Flicts.
É um livro do Ziraldo. Foi emocionante ler estas palavras que também decoram o site:
Não tinha a força do Vermelho
não tinha a imensidão do Amarelo
nem a paz que tem o Azul
Era apenas o frágil e feio e aflito Flicts
– Ziraldo. Flicts.
A verdade dita com delicadeza é um feito de ternura. Hoje assumo que sou mesmo como o Flicts do livro. Procuro meu lugar.
É também verdade que meu discurso é “frágil, feio e aflito”, mas é meu corpo intelectual: A forma das minhas vivências. Só pode ser o discurso de uma aprendiz. Que é, portanto, transitório. E assim como minha própria fala é questionável diante das ideologias monolíticas também é meu corpo em transição num mundo de certezas corporais pétreas.
Sinto-me bem. Já aprendi a ser questionável há muito tempo atrás. Sei que não tenho uma resposta razoável para cada pergunta, parei de procurá-las faz tempo. Tão pouco posso dizer que sou feliz assim, mas encontro alegrias onde menos espero. No final, nem tenho uma “chave de ouro” para concluir este texto. Só uma esperança bem vaga. Resta-me dar-lhes o título de uma música da banda portuguesa MadreDeus. Simboliza para mim o que busco ao tentar pensar e viver assim: Ela chama-se Os Pássaros Quando Morrem Caem No Céu.
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