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Dia 29 de Janeiro: A Ferramenta

21 de janeiro de 2013 0 comentários Artigo Textos, Visibilidade Trans Leila Dumaresq

A leitora Mariana Oliveira pediu sugestões para não deixar o dia 29 passar em branco já que não há atividades programadas na sua região. Agradeço à Mariana pela iniciativa: Fez-me olhar para uma necessidade que deve ser de muitas pessoas pelo Brasil. Inclusive pessoas cisgêneras interessadas em combater o preconceito e a discriminação.

A primeira coisa que nos vêm à cabeça quando falamos sobre o dia da visibilidade trans é a luta contra a segregação de pessoas transgêneras. Sim, pessoas expressando uma identidade transgênera são humilhadas e agredidas (algumas vezes fisicamente) em vários lugares. É mais difícil e doloroso para uma pessoa trans conseguir acesso às mesmas oportunidades e serviços públicos que pessoas cisgêneras. Mesmo que tenha as mesmas qualificações e problemas.

Todavia, o dia da visibilidade trans pode também ser encarado como uma ferramenta disponível anualmente para auxiliar quem deseja ajudar a causa trans. Como toda ferramenta, podemos usar este dia apenas para marcar uma presença ou mandar uma mensagem, mas preparado da maneira certa ele pode ser mais ou menos versátil. Quando se pensa em uma pá, pode ser apenas a conhecida ferramenta doméstica ou a este apetrecho aqui. Vejamos as utilidades de uma data oficial:

#1 – Informar conhecidos

Então será o dia da visibilidade trans. Você sabe disso, mas seus parentes e amigos não sabem. É hora de avisá-los! Não apenas isso. Puxe assunto, explique o problema e o motivo da data. No material está circulando pelas redes sociais, escolha aquele mais conveniente para informar pessoas próximas a você. Crio e divulgo frases de efeito aqui no Transliteração porque entendo que elas beneficiam estas conversas.

Não deixe passar esta semana antes do dia 29 sem conversar sobre a visibilidade trans e sua importância. Aproveite a atenção das pessoas para dar idéias e informá-las a respeito de identidade de gênero.

#2 – Use símbolos

Adote em seu vestuário os símbolos do movimento trans. Algumas pessoas irão perguntar sobre eles. Aproveite a oportunidade e informe-as.

#3 – Divulgue

O dia nacional da visibilidade trans é uma oportunidade ótima para espalhar faixas, cartazes e panfletos informativos pela cidade. A existência oficial da data justifica seu pedido perante os responsáveis pelos espaços públicos. Pergunte para todos, pois eles são independentes: Se uma escola não abrir seu mural para você, vá para a próxima. O mesmo vale para postos de saúde, hospitais e outras autarquias. Vá também a estabelecimentos privados. Eles têm autonomia para divulgar qualquer mensagem.

Onde arrumar o material de divulgação? Infelizmente não tenho informações nacionais. Contudo, vale a pena procurar a assistente social de sua cidade e perguntar se ela conseguiria algum material para você distribuir. Muitas vezes ela não saberá dizer se este material existe, então é bom fazer uma pesquisa prévia. Aqui em São Paulo a secretaria estadual de saúde criou esta campanha:

Site oficial   |   Materiais   |   Contato

Faixas

Toda prefeitura tem normas a respeito de faixas. É com o poder executivo de sua cidade que você conseguirá autorização para passar sua mensagem. Instale e retire sua faixa nas datas combinadas com a prefeitura. Mostre toda a sua cidadania respeitando leis boas (sim, essas normas existem para a cidade não ser emporcalhada).

Cartazes

Não servem para ser colados pelos muros e postes. (Novamente: não vamos emporcalhar nossas cidades!) Porém, cartazes são ótimos para murais de escolas, hospitais, postos de saúde, unidades de atendimento ao público. Converse com o responsável pelo mural e peça para seu cartaz ser exposto.

Panfletos

Devem ser usados como os cartazes, deixados com o responsável por disponibilizá-los ao público.

#4 – Conversar com professores e profissionais de saúde e pessoas que atendem o público

Enquanto distribui seu material pelos estabelecimentos públicos e privados deixe que as pessoas façam perguntas. Saiba que muitas são extremamente mal informadas. Tente melhorar um pouco esta situação e leve a conversa das perguntas invasivas para as informações úteis sobre como atender.

Jamais discuta. Ao perceber que a pessoa é preconceituosa ou maldosa deixe o material, desconverse e vá embora.

#5 – Informe-se

Procure trocar ideias com muitas pessoas diferentes. Aprenda com quem já está buscando seus direitos a mais tempo que você. Existem muitos grupos de discussão na internet. Participe.

#6 – Procure ajuda e organize-se na sua cidade

Este ano já passou, mas se você começar agora a informar-se, ano que vem poderá organizar ações interessantes em sua cidade. Organize-se em sua região e faça amigos que irão ajudar nos preparativos do dia da visibilidade trans de 2014!

Ah! A dica mais importante: Comece a organizar-se em Outubro e não tenha esperanças que Dezembro será produtivo. Boa sorte!

#7, #8, #9 … Que mais?

As possibilidades são infinitas! Invente suas ações!

mais textos em transliteracao.com.br

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