De ontem para hoje a assessoria de imprensa da banda Calypso afirmou em nota que a tal “revista de circulação nacional” (sic) distorceu as palavras da Joelma. Qual foi a distorção? Joelma teria apenas relatado que gays da sua igreja, procurando mudar sua orientação sexual sentem-se como drogados em recuperação.
Como de costume repenso meus argumentos diante de informações novas. Desta vez não preciso retificar nada. O fato dos homoafetivos que aderiram à mesma fé da cantora sentirem-se errados e viciados apenas mostra que minhas considerações sobre a opinião em questão estão corretas. Além disso, já disse que as opiniões da Joelma são problema dela e dos membros de sua comunidade religiosa.
Portanto, continuo denunciando o autoritarismo da pessoa que deseja refutar um direito civil utilizando uma opinião baseada em fé pessoal. Também denuncio a irresponsabilidade de quem apresenta como única uma alternativa dolorosa e patologizante quando há pessoas vivendo de modo saudável e feliz a mesma condição.
Joelma comparou os homossexuais com drogados, disse que eles precisavam de “recuperação” e por fim afirmou que tais afirmações não foram uma ofensa. Ela pensa que bissexuais, lésbicas e gays têm uma sexualidade doente, ou como ela fez-se entender, viciada. Isto indica que para ela o sofrimento das pessoas não-heterossexuais provém de sua própria afetividade. Claro, ela está enganada: Todas as afetividades são tão saudáveis quanto a que Joelma pratica, sem ser questionada, porque ela é heterossexual.
Oito de Março está chegando e com o Dia Internacional da Mulher vem o convite para cada um fazer sua reflexão. Perguntava-me que um texto meu poderia acrescentar aos ótimos discursos que leio nesta semana. Concluí que basta eu oferecer meus pensamentos. Precisamos não só dos pensamentos extraordinários, mas também dos cotidianos, mas exemplares. Precisamos ousar, mas com sabedoria. Lutar é necessário, mas por amor dos seres humanos ao nosso redor.
Num barzinho de Campinas encontram-se duas amigas. Uma é pensadora nas redes sociais. Participa de ações políticas e posiciona-se a favor dos direitos das minorias. Ela sempre envolve-se em alguma polêmica. A outra é periguete e adora postar fotos ora descomprometidas, ora sensuais. Ser fotogênica é seu hobby, mas como ela é boa no que faz: Recebe elogios das amigas e dos admiradores. Também dribla como ninguém a inveja e a provocação.
Determinismo da imagem sobre o direito de auto-afirmação.
O que Katie Baratz e Lea T tem em comum com a Edinanci.
Por Samie Carvalho
Hoje pela manha li no Facebook uma reportagem sobre uma mulher chamada Katie Baratz. Após ler os comentários dos leitores, que pra mim são um dos melhores termômetros sociais já criados pela internet, fiquei pensando bastante sobre validação e aceitação dos indivíduos transgêneros.